LUTO SIMBÓLICO EM COMER, REZAR, AMAR: LEITURA PSICOLÓGICA DAS MANIFESTAÇÕES DA PERDA
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Data
2025-12-09
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Resumo
Este artigo tem como objetivo estabelecer uma relação entre o cinema e a psicologia,
considerando modalidades de lutos não reconhecidos, especialmente o término de
relacionamentos e a fragilidade diante das perdas, como apresentado no filme Comer, Rezar,
Amar. Fundamenta-se em teorias atuais que abordam o processo do luto em diferentes etapas,
além de analisar diferentes conteúdos emotivos representados em formato audiovisual, a fim de
compreender de que forma o luto simbólico é representado pela linguagem cinematográfica e
pela psicologia. Trata-se de um estudo de caso com análise qualitativa de cenas, gestos, falas e
outros componentes audiovisuais, que permitiu interpretar a evolução da protagonista desde a
dor inicial até a cura. Foram identificadas três fases principais: a experiência inicial da perda
(choque, negação e dor), a busca espiritual por ressignificação e equilíbrio emocional, e a
reconstrução afetiva e social. Destacam-se ainda momentos de enfrentamento da perda e
deslocamento, a continuidade da vida, o papel do apoio social e da ressignificação da vida.
Como conclusão, a protagonista supera a dor e o sofrimento inicial através do
autoconhecimento, para finalmente ser capaz de reconstruir-se emocionalmente e redescobrir o
amor.
Descrição
O luto é definido como um sofrimento social motivado pela experiência de perda, é uma
emoção compartilhada da existência humana. No entanto, o luto não está mais restrito à morte
física de indivíduos significativos e pode ocorrer também no contexto de rupturas emocionais,
ajustes de identidade e outros tipos de perda simbólica, conhecidas como luto simbólico.
Este artigo pretende estabelecer uma conversa entre psicologia e cinema. Nas artes, o
cinema contemporâneo surge como um local privilegiado para a expressão da resposta afetiva
por parte do sujeito à experiência de luto, projetando a vida invisível do afeto humano e
exercendo um papel pedagógico em termos de desenvolver empatia e possibilitar capacidades
de reflexão.
Nesse sentido, a questão norteadora deste trabalho é: em que medida os processos e
dimensões do luto acompanham a jornada da personagem desenvolvida na narrativa
cinematográfica.
Assim, este artigo pretende identificar os sintomas de luto simbólico presentes no filme
Comer, Rezar, Amar e entender as etapas de perda e recuperação. O objeto deste estudo é a
narrativa cinematográfica: Comer, Rezar, Amar, de 2010, cuja personagem principal, Liz
Gilbert, vê seu casamento desmoronar, um processo que segue estágios de oscilação entre perda
e reconstrução emocional na personagem protagonista.
O artigo consiste em buscar a necessidade de combinar modelos tradicionais com
perspectivas mais contemporâneas, considerando os aspectos simbólicos do luto, que não o
restringem à morte física de um ente querido. A relevância do filme analisado baseia-se nas
possibilidades de estabelecer diálogos de multidisciplinaridade entre psicologia e cinema.
Em relação à metodologia, este trabalho é de natureza qualitativa, tipo estudo de caso.
Consiste na análise do filme sobre as expressões de simbolismo vividas pela protagonista, bem
como as cenas, movimentos, cenário, comportamentos, diálogos e fragmentos musicais
relacionados à protagonista, Liz. Assim, o simbolismo das ações relacionadas ao tempo de luto
identificado para cada um dos psicólogos é estudado utilizando-se a análise de conteúdo,
incluindo o objetivo de construção de um texto crítico, baseado na teoria da história, que aponta
a veracidade dos sintomas.
Palavras-chave
luto simbólico, psicologia, cinema, análise fílmica