DESAFIOS E ESTRATÉGIAS NA ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO À PACIENTES EM PROCESSO ATIVO DE MORTE
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Data
2025-05-31
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Resumo
A morte, embora inevitável, ainda é um tema cercado por tabus, tanto na sociedade quanto
nos serviços de saúde. Para os profissionais de enfermagem, estar diante da finitude humana é
uma realidade cotidiana que exige não apenas domínio técnico, mas também sensibilidade,
escuta e equilíbrio emocional. Este estudo teve como objetivo verificar os principais desafios
encontrados por enfermeiros na assistência a pacientes em processo ativo de morte, assim
como identificar estratégias que possibilitem uma atuação mais humanizada e centrada na
dignidade do paciente. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, com abordagem qualitativa e
descritiva, baseada em fontes científicas atualizadas sobre cuidados paliativos e atuação da
enfermagem diante da terminalidade da vida. Os achados revelam que, diante da
complexidade do cuidado ao paciente em processo ativo de morte, o enfermeiro precisa lidar
com obstáculos que vão desde a ausência de preparo específico e suporte institucional até
conflitos éticos e emocionais. A comunicação eficaz, o manejo da dor total, o respeito às
decisões do paciente e o acolhimento da família - inclusive no momento pós-morte - são
aspectos centrais de uma assistência que visa mais do que prolongar a vida: visa promover
conforto, alívio e sentido até o fim. A Teoria do Conforto de Kolcaba é destacada como um
alicerce importante para o cuidado de enfermagem nesse contexto, ao propor intervenções que
atendam às necessidades físicas, emocionais, sociais e espirituais do paciente. Estratégias
como a escuta ativa, a presença acolhedora e o trabalho em equipe interdisciplinar mostram-se
fundamentais para garantir que o cuidado ultrapasse as barreiras do tecnicismo e alcance a
integralidade. Além disso, o estudo evidencia a urgência de incorporar os cuidados paliativos
à formação dos profissionais de saúde e reforça a importância da Política Nacional de
Cuidados Paliativos como instrumento para garantir acesso, qualidade e equidade na
assistência ao fim da vida. Conclui-se que o enfermeiro é fundamental no cuidado ao paciente
em processo ativo de morte, que vai muito além de procedimentos: trata-se de uma presença
cuidadora, capaz de reconhecer a singularidade de cada trajetória e de oferecer, com ética e
compaixão, um cuidado que respeita o tempo, os limites e os desejos do ser humano que está
partindo.
Descrição
Palavras-chave
cuidados paliativos, enfermagem, processo de morte e morrer, ética, humanização