A RELAÇÃO ENTRE TRAUMAS INFANTIS E O DESENVOLVIMENTO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA
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Data
2025
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Resumo
A dependência química, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como doença
crônica e recorrente, constitui um desafio para a saúde pública por envolver fatores biológicos,
psicológicos e sociais. Sua compreensão requer análise dos elementos que contribuem para a
etiologia, entre eles as experiências adversas na infância. Esta pesquisa teve como objetivo
revisar a literatura sobre a relação entre traumas infantis e desenvolvimento da dependência
química na vida adulta. A metodologia consistiu em revisão bibliográfica exploratória e
descritiva em bases científicas e obras de referência em psicologia, psiquiatria e saúde mental,
incluindo DSM-5tr e CID-11. A análise qualitativa buscou sintetizar conceitos e evidências que
relacionam trauma e vulnerabilidade ao uso de substâncias. Os resultados indicaram que a
dependência química deixou de ser vista sob perspectiva moralista da sociedade, sendo
atualmente classificada como Transtorno por Uso de Substâncias. Critérios como tolerância,
abstinência e craving (desejo intenso) são explicados por neuroadaptações no circuito de
recompensa mesolímbico. As Experiências Adversas na Infância (EAI), como abuso e
negligência, aumentam a vulnerabilidade, alterando o desenvolvimento psíquico e
neurobiológico. Alguns estudos mostram forte associação entre múltiplas EAI e desfechos
negativos, incluindo dependência. Psiquicamente, traumas não elaborados geram vínculos
inseguros e disfuncionais, favorecendo o uso de substâncias como regulação emocional.
Conclui-se que os traumas infantis são fatores de risco relevantes para a dependência química,
exigindo abordagem interdisciplinar e humanizada. O estudo reforça a necessidade de
intervenções preventivas voltadas ao bem-estar infantil e de tratamentos que integrem a
compreensão do trauma para maior eficácia terapêutica.
Descrição
Palavras-chave
Dependência Química, Experiências Adversas na Infância, Neurociência, Psicopatologia.